Região registra tremores secundários e especialistas alertam para risco de novos abalos
Um forte terremoto de magnitude 6,9 atingiu a costa norte do Japão neste domingo (9), levando autoridades meteorológicas a emitirem um alerta inicial de tsunami por precaução. A medida foi adotada após o abalo provocar variações do nível do mar em portos da província de Iwate, no Pacífico.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) informou que, horas depois de monitoramento contínuo, o alerta foi suspenso, já que as oscilações observadas não representaram risco significativo. Inicialmente, a magnitude havia sido estimada em 6,7, mas foi revisada para 6,9 após nova análise. O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registrou o tremor em 6,8.
Movimentação no mar reforça atenção das autoridades
Após o tremor principal, portos como Miyako, Kuji e Ofunato registraram alterações no nível do mar, chegando a oscilações de até 20 centímetros. Embora pequenas, as variações confirmaram a movimentação oceânica associada ao terremoto e justificaram o alerta inicial, comum em eventos de alta magnitude.
A JMA destacou que qualquer movimentação no mar após um sismo dessa intensidade exige acompanhamento rigoroso, sobretudo em regiões com histórico de tsunami.
Sequência de tremores preocupa especialistas
O terremoto inicial foi seguido por uma série de tremores secundários, com magnitudes entre 5,3 e 6,3, mantendo a região em alerta técnico. Só na manhã de domingo, seis novos abalos — entre 4,8 e 5,8 — ocorreram no mesmo trecho da costa.
Para o especialista da JMA, Masashi Kiyomoto, a atividade sísmica elevada indica que novos eventos podem ocorrer.
“Esta região tem registrado tremores sucessivos. É possível que ocorram abalos mais fortes nos próximos dias”, afirmou durante coletiva em Tóquio.
Uma das regiões mais sísmicas do planeta
O Japão está situado no encontro de quatro placas tectônicas, dentro do Anel de Fogo do Pacífico, área responsável por grande parte dos terremotos globais. O país registra cerca de 1.500 tremores por ano, muitos imperceptíveis, mas outros capazes de gerar tsunamis e danos severos.
A província de Iwate ainda guarda cicatrizes do terremoto de magnitude 9,0, em 2011, que provocou um tsunami devastador, deixou 18.500 mortos ou desaparecidos e desencadeou a crise nuclear de Fukushima — um trauma que torna qualquer alerta motivo de preocupação imediata.
