Fenômeno extremo atingiu ventos de até 250 km/h; governo envia força-tarefa e monta base de resgate na região
Uma tragédia devastadora atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, na tarde desta sexta-feira (7). Um tornado de intensidade severa deixou ao menos cinco mortos e 130 feridos, segundo a Defesa Civil do Estado. Casas foram destruídas, veículos tombaram, árvores e postes caíram, e boa parte da cidade ficou sem energia e abastecimento de água.
O fenômeno foi confirmado pelo Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), que classificou o tornado inicialmente como F2 — com ventos entre 180 km/h e 250 km/h —, mas há indícios de que tenha alcançado intensidade F3, com rajadas superiores a 250 km/h.
“Foi um fenômeno extremamente severo. Continuamos analisando imagens e dados junto à Defesa Civil, e o tornado pode ser reclassificado como F3”, explicou o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar.
Tornado arrasou parte da cidade
De acordo com o órgão, o tornado foi gerado por uma supercélula de tempestade, alimentada por um sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o Sul do Brasil.
A frente fria, associada a um ciclone extratropical, impulsionou temporais violentos sobre as regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do Paraná.
O governador Ratinho Junior confirmou a gravidade da situação e anunciou uma força-tarefa com bombeiros, ambulâncias e equipes de resgate para a região mais atingida.
“O Paraná foi afetado por ventos muito fortes e um tornado de nível 3. Montamos uma força-tarefa para garantir resgate e atendimento emergencial. A prioridade é salvar vidas e ajudar na reconstrução”, declarou o governador.
Cerca de 50 bombeiros, incluindo 20 integrantes do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) — tropa de elite da corporação —, foram enviados com cães farejadores e equipamentos pesados para remoção de escombros. Ambulâncias de Guarapuava e Cascavel também reforçam o atendimento.
Hospitais sobrecarregados e cenário de destruição
Os hospitais da região operam em regime de emergência. A Secretaria de Estado da Saúde deslocou reforços, medicamentos e bolsas de sangue para as cidades de Laranjeiras do Sul e Guarapuava, que recebem a maioria das vítimas.
Equipes do Samu e da Defesa Civil trabalham no resgate e triagem de feridos, enquanto o Governo do Estado enviou cestas básicas, kits de higiene e colchões para famílias desabrigadas.
“Nosso trabalho agora é localizar e salvar as vítimas, e garantir o atendimento hospitalar de todos os feridos”, afirmou o coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros.
As imagens que circulam nas redes mostram casas destruídas, estruturas metálicas retorcidas e ruas cobertas por destroços. Moradores relatam momentos de pânico e cenas de total devastação.
Temporais no Sul e avanço da frente fria
Segundo o Climatempo, o ciclone extratropical que contribuiu para o tornado continua atuando sobre o Sul do País, e deve levar chuvas e ventos acima de 100 km/h também ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O fenômeno deve se deslocar em direção ao litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo até domingo (9), trazendo risco de novos temporais.
