Seis mortos e mais de 700 feridos: Govenador decreta estado de calamidade em Rio Bonito do Iguaçu

Tragédia já deixou seis mortos, mais de 700 feridos e 90% da cidade destruída; governador promete reconstrução rápida e apoio total às famílias

O governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou estado de calamidade pública (Decreto nº 11.838/2025) neste sábado (8) em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, após o tornado de grande intensidade que destruiu 90% das residências e prédios comerciais da cidade, provocando seis mortes e centenas de feridos.

Ratinho Junior chegou ao município nas primeiras horas da manhã para acompanhar os trabalhos da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e equipes de saúde, que atuam desde a noite anterior em condições críticas de acesso e comunicação.

“Desde o início dos primeiros casos relatados pela população e pelo Corpo de Bombeiros local, a gente já começou a movimentar todas as equipes do interior e também da capital, com infraestrutura para dar apoio às famílias desabrigadas. Foram mais de 200 pessoas atendidas ainda durante a madrugada no hospital de Laranjeiras do Sul”, disse o governador.

Durante a madrugada, o governo enviou ambulâncias, caminhões, maquinário pesado e tropas de apoio de cidades como Londrina, Maringá, Cascavel e Guarapuava, além de viaturas do SIATE e equipes do Samu.
Hospitais da região estão lotados, e equipes médicas e voluntários seguem de plantão para atender o grande número de feridos — já são mais de 700 atendimentos realizados entre os municípios vizinhos.

Calamidade pública e ações emergenciais

O decreto de calamidade reconhece oficialmente a gravidade da destruição e permite que o governo estadual libere recursos de forma imediata, dispense licitações e solicite apoio federal.

“Decretamos o estado de calamidade porque 90% da cidade foi afetada. Essa medida dá celeridade aos atendimentos e à reconstrução. Já determinei que a Cohapar inicie estratégias para reconstruir as moradias e estamos preparando alojamentos para garantir amparo às famílias”, destacou Ratinho Junior.

O Fundo Estadual de Calamidade Pública, que havia recebido R$ 50 milhões nesta semana, será usado para financiar ações de reconstrução de infraestrutura, compra de materiais de assistência humanitária e abrigo temporário.
Equipes da Copel e Sanepar também trabalham para restabelecer energia, água e comunicação no município, que segue parcialmente isolado por quedas de árvores e postes.

Rede hospitalar sobrecarregada

O Hospital de Laranjeiras do Sul realizou 448 atendimentos até o meio-dia deste sábado, com três cirurgias ortopédicas e uma geral. Outras 136 pessoas foram atendidas na segunda unidade hospitalar da cidade, e 52 pacientes precisaram ser transferidos para hospitais de maior porte em Guarapuava e Cascavel.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) atendeu 125 feridos, enquanto a faculdade local foi improvisada para mais 18 atendimentos emergenciais.

O Samu realizou 48 transportes entre municípios, e o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar) enviou mil unidades de soro e mil de ringer, além de 10 mil insumos hospitalares.
Mais de 30 ambulâncias e 100 profissionais de saúde e voluntários seguem atuando na linha de frente.

As vítimas e o cenário de destruição

O governo confirmou seis óbitos: três homens (49, 57 e 83 anos), duas mulheres (14 e 47 anos), todos de Rio Bonito do Iguaçu, e um homem de 53 anos, da zona rural de Guarapuava.
Há ainda um desaparecido, e o número pode subir conforme as equipes de busca avançam nos escombros.

Imagens aéreas mostram bairros inteiros arrasados, casas destruídas e veículos retorcidos. Em meio à destruição, moradores relatam o som ensurdecedor do vento e a rápida devastação.

“Nosso trabalho agora está focado em localizar e salvar vítimas, manter o atendimento hospitalar e garantir segurança. As próximas horas serão decisivas para estabilizar a situação”, afirmou o coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Paraná.

Apoio jurídico e reconstrução

A Defensoria Pública do Estado do Paraná (DPE-PR) inicia neste domingo (9) o atendimento às famílias atingidas, oferecendo assistência jurídica gratuita para pedidos de indenização, registro de perdas e regularização documental.
Os atendimentos presenciais serão feitos no próprio município, e também pelo telefone (41) 99232-2977.

Ratinho Junior afirmou que o governo manterá uma base avançada de coordenação em Guarapuava, a 70 km da área mais atingida, com equipes da Defesa Civil, Saúde e Segurança Pública atuando em conjunto.

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