Em uma tarde histórica no ginásio lotado da Galaxy Arena, em Macau (China), o brasileiro Hugo Calderano conquistou neste domingo (20) um feito inédito: derrotou o chinês Lin Shidong, atual número 1 do mundo, e se tornou o primeiro atleta das Américas a vencer a Copa do Mundo de Tênis de Mesa. O título coroa uma campanha impecável do carioca de 28 anos, que superou gigantes da modalidade ao longo da semana.
A vitória veio de forma categórica, com virada por 4 sets a 1 (parciais de 6/11, 11/7, 11/9, 11/4 e 11/5), e quebrou uma hegemonia de quase duas décadas de europeus e asiáticos na competição. Desde 2017, quando o alemão Dimitrij Ovtcharov foi campeão, nenhum outro não-chinês havia conquistado o título.
Calderano superou nomes de peso para levantar o troféu. Nas quartas de final, eliminou o japonês Tomokazu Harimoto (número 3 do mundo) por 4 a 1. Na semifinal, protagonizou uma das maiores viradas do torneio ao bater Wang Chuqin, atual número 2 e bicampeão olímpico em Paris 2024, após estar perdendo por 3 a 1.
A vitória na final sobre Lin Shidong, que vinha dominando o circuito nos últimos seis meses, foi selada com autoridade. Ao final, Hugo caiu no chão da arena em êxtase e correu para abraçar sua pequena equipe: o técnico Thiago Monteiro e o também mesatenista brasileiro Vitor Ishiy. No pódio, junto a Calderano, ficaram os três chineses: Lin, Wang e Liang Jingkun, número 4 do mundo.
Emocionado, Hugo lembrou das dificuldades que enfrentou após os Jogos Olímpicos de Paris, onde chegou à semifinal e ficou a um passo do bronze. “É surreal. Eu continuei acreditando em mim mesmo, mesmo quando tudo parecia desabar. Esse título é muito especial. Estou muito feliz”, declarou.
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o atleta, que há quase 15 anos conta com apoio do programa Bolsa Atleta do Governo Federal. “Desempenho incrível do atleta top 5 do mundo”, escreveu Lula.
Uma lenda em ascensão
Calderano é o maior nome do tênis de mesa brasileiro e das Américas. Já soma 25 títulos internacionais, incluindo três ouros pan-americanos e uma presença constante no top 10 mundial há sete anos. Agora, com a Copa do Mundo no currículo, ele entra de vez para a história da modalidade global.
Repórter Capital
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