“O câncer não espera. O GDF também não.” Com esse nome direto e simbólico, o Governo do Distrito Federal lançou uma ofensiva para agilizar o atendimento a pacientes oncológicos na rede pública. A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), une ações como a criação de uma fila única, ampliação de consultas, exames e procedimentos, atendimento em dois turnos e o credenciamento da rede privada para garantir tratamento com mais agilidade e dignidade.
O programa entrou em vigor nesta semana e já começou a impactar a vida de quem aguarda por tratamento. Só no primeiro dia, 48 pacientes foram agendados, e 23 iniciaram o tratamento. A meta é alcançar 1.383 novos atendimentos oncológicos em apenas três meses.
“Hoje o tempo é primordial para um paciente com câncer. Por isso, desenhamos uma nova linha de cuidado, que garante fluxo exclusivo e prioridade para esses pacientes”, destacou o secretário de Saúde, Juracy Lacerda, durante entrevista ao CB.Poder.
Entre as medidas, está a criação de um cartão de identificação oncológica, que garante acesso mais rápido aos serviços de triagem, consultas, exames e tratamento. A Central de Regulação Unificada passa a coordenar a fila única para oncologia, reduzindo o tempo entre diagnóstico e início do tratamento, que agora contará com um caminho definido e prioridade no sistema.
Internamente, o governo também dobrou o número de turnos de radioterapia, aumentou em 50% a oferta de vagas para o tratamento e expandiu as consultas com especialistas. Externamente, o DF passou a contar com oito unidades privadas credenciadas, com investimento superior a R$ 14 milhões.
Os primeiros resultados são promissores: a fila da oncologia caiu de 889 para 669 pacientes (redução de 25%) e a de radioterapia caiu de 630 para 415 (redução de 34%). O tempo médio de espera também caiu: de 74 para 51 dias na oncologia e de 54 para 30 dias na radioterapia.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o DF deverá registrar 8.831 novos casos de câncer até 2025. Se considerada a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), esse número sobe para 10.367. Os tipos mais comuns são: mama, cólon e reto, e colo do útero entre as mulheres; e próstata, cólon e reto, além de traqueia, brônquios e pulmão entre os homens.
“Estamos lidando com uma situação urgente. É preciso agir com inteligência, planejamento e sensibilidade. O câncer não espera. O GDF também não”, reforça Juracy Lacerda.
Além da reestruturação da linha de cuidado e dos novos investimentos, a SES-DF está utilizando painéis de monitoramento em tempo real e prevê campanhas de prevenção e diagnóstico precoce. O objetivo é claro: acelerar o atendimento, garantir mais chances de cura e devolver dignidade aos pacientes oncológicos da capital.