O Tribunal do Júri do Paranoá condenou Vanderlan Gama Queiroz a 26 anos, 4 meses e 24 dias de reclusão em regime inicial fechado por ser o mandante do assassinato de Nestor Ribeiro Dantas, pela tentativa de homicídio de duas mulheres e pelo disparo que atingiu uma terceira pessoa alheia ao crime. O julgamento ocorreu nos dias 20 e 21 de outubro.
Segundo a Promotoria de Justiça, os crimes foram motivados por vingança relacionada ao assassinato de um familiar, com emprego de meio que gerou perigo comum — disparos realizados em uma feira movimentada — e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, que foram surpreendidas durante compras. Vanderlan foi apontado como responsável por contratar dois executores e dois intermediários para executar o plano criminoso.
O promotor de justiça Daniel Bernoulli destacou a importância da condenação como instrumento para frear o ciclo de violência entre as famílias envolvidas. “O ódio entre as famílias já causou um rastro de destruição pelo país afora. Aqui, conseguimos avançar na identificação não apenas dos executores, mas também do mandante. Levado a júri, a condenação de Vanderlan é um freio de inibição à continuidade delitiva, visando estancar a sangria e o extermínio dessas famílias”, afirmou.
No mesmo julgamento, o Conselho de Sentença absolveu Marciel Gama Queiroz, irmão de Vanderlan, que também havia sido denunciado pelo Ministério Público como coautor dos crimes.
A motivação dos ataques está relacionada a uma rivalidade familiar originada na Bahia, após a morte de Iranildo, irmão de Vanderlan e Marciel. Nestor Ribeiro Dantas foi morto a tiros em 3 de janeiro de 2021 na Feira do Produtor do Paranoá, enquanto sua companheira e nora ficaram feridas. Um disparo atingiu uma terceira pessoa que não tinha relação com a disputa e sobreviveu. Conflitos entre as famílias já resultaram em pelo menos cinco mortes em outros estados, como Bahia, São Paulo e Goiás, e os membros das famílias rivais costumam mudar de cidade para evitar novos confrontos.
Com informações do MPDFT