O governador Ibaneis Rocha confirmou nesta quarta-feira (9) a expansão do modelo de gestão compartilhada entre Educação e Segurança. O Distrito Federal ganhará 25 novas escolas cívico-militares, dobrando o número de unidades atuais. O anúncio vem após o levantamento que revelou índices de aprovação superiores a 80% entre pais, alunos e professores das escolas já em funcionamento.
“É um orgulho ver que esse projeto transformou a realidade de milhares de jovens. Alunos que viviam em regiões de vulnerabilidade agora estão entrando em universidades federais. O modelo deu certo e é exemplo para todo o país”, afirmou Ibaneis, durante visita ao Centro Educacional 1 da Estrutural, uma das escolas símbolo do programa.
Instituído em 2019, o projeto nasceu com apenas quatro escolas-piloto e hoje é visto como um dos principais instrumentos de melhoria da educação pública e da segurança nas áreas mais vulneráveis do DF. O modelo é adotado em parceria entre as secretarias de Educação e Segurança Pública, sem custos extras — os militares que atuam nas escolas são da reserva remunerada.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a iniciativa também reduziu índices de criminalidade nas regiões atendidas. Na Estrutural, por exemplo, os homicídios caíram quase pela metade desde 2018, e os roubos em coletivos diminuíram 87%. “É uma mudança que vai além dos muros da escola — impacta a comunidade e fortalece o senso de pertencimento e cidadania”, disse Avelar.
Para a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, o modelo une disciplina, valores e ensino de qualidade. “Essas escolas se tornaram referência em convivência, organização e resultados pedagógicos. Em muitas delas, há fila de espera para matrícula”, destacou.
O CED 1 da Estrutural é exemplo dessa transformação. A estudante Maria Eduarda Dias, de 13 anos, resume a mudança: “Aprendi a ter respeito e responsabilidade. A escola ficou mais segura e todos querem participar das atividades.” Já Byanca Barros, de 17, diz que a rotina disciplinada ajudou na convivência: “Tudo ficou mais organizado, e o clima é outro.”
Casos como o do universitário Abraão Ludson, aprovado em Engenharia Mecânica na UnB após concluir o ensino médio em uma escola cívico-militar de Ceilândia, reforçam o impacto positivo do programa. “A disciplina e o incentivo fizeram diferença na minha trajetória. Antes, eu nem imaginava chegar à universidade”, afirmou.
Com a ampliação, o DF chegará a 50 escolas cívico-militares, tornando-se uma das redes públicas com maior número de unidades desse modelo no país.