Quem utiliza o transporte público no Distrito Federal pode ficar tranquilo: o valor das passagens permanece estável há cinco anos e continuará sem reajuste até 2026. Por trás dessa estabilidade está a tarifa técnica, mecanismo que permite ao Governo do Distrito Federal (GDF) cobrir parte do custo real das viagens, evitando que aumentos de despesas sejam repassados diretamente aos passageiros.
A tarifa técnica corresponde ao valor total necessário para manter o sistema de transporte em operação, considerando gastos com combustível, manutenção, salários, impostos e variações inflacionárias. O usuário paga apenas uma fração desse montante, enquanto o governo complementa o restante por meio do complemento tarifário, previsto nos contratos assinados entre 2012 e 2013 com as concessionárias que operam o serviço.
De acordo com o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, o instrumento vai além da gestão financeira: é também uma política de proteção social. “Sem o aporte do governo, a passagem custaria cerca de R$ 13. Atualmente, os passageiros desembolsam, em média, R$ 3,94 — uma das tarifas mais baixas do país”, explica.
O congelamento das tarifas é uma determinação do governador Ibaneis Rocha, que busca preservar o orçamento das famílias que dependem diariamente do transporte público. “Essa medida garante que o serviço continue acessível, beneficiando o trabalhador e todos os usuários do sistema”, afirma Zeno.
Atualmente, os valores cobrados permanecem em R$ 2,70 para viagens curtas, R$ 3,80 para deslocamentos entre regiões administrativas e R$ 5,50 para trajetos longos ou metrô.
O cálculo da tarifa técnica é feito a partir da divisão do custo total do transporte pelo número de passageiros transportados. Quando há queda na demanda e os gastos se mantêm altos, o valor técnico aumenta; se mais pessoas utilizam o sistema, o custo por passageiro diminui, reduzindo também o repasse do governo às empresas. Os contratos ainda preveem uma revisão anual em setembro, considerando índices de inflação como o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IGP (Índice Geral de Preços).
Atualmente, os valores médios da tarifa técnica por bacia de operação são:
-
Bacia 1: R$ 8,5247
-
Bacia 2: R$ 7,9895
-
Bacia 3: R$ 9,4881
-
Bacia 4: R$ 10,7887
-
Bacia 5: R$ 10,2308
Esse mecanismo permite que o GDF mantenha o transporte público financeiramente equilibrado, garantindo tarifas acessíveis para a população sem comprometer a operação das empresas que prestam o serviço.
