O Distrito Federal está pronto para iniciar a fase de testes da Faixa Azul — espaço exclusivo para motociclistas — e aguarda apenas a autorização da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) para começar. O projeto-piloto será implantado inicialmente no Eixo Monumental e, se aprovado, poderá ser estendido a outras vias da capital.
A proposta é do GDF e foi desenvolvida por uma comissão técnica formada por profissionais do Detran, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Secretaria de Mobilidade (Semob). O plano foi apresentado durante reunião da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (22), que reuniu deputados distritais, especialistas em trânsito, entregadores e representantes de associações de motociclistas.
O presidente da CTMU, deputado Max Maciel (Psol), explicou que o DF teve 27 mortes de motociclistas apenas entre janeiro e abril de 2025. “Defendemos a Faixa Azul como medida de segurança, mas com responsabilidade. O ideal é começar com um projeto-piloto, avaliar resultados e fazer os ajustes antes de expandir. Assim, garantimos que a iniciativa realmente salve vidas”, afirmou.
Experiência bem-sucedida em São Paulo
Durante o encontro, técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) apresentaram dados sobre os impactos positivos da Faixa Azul na capital paulista. O diretor de planejamento da CET, Ivan Carvalho de Moraes, destacou que o projeto tem alta aprovação de motociclistas, motoristas e pedestres. Já o gestor de trânsito da CET-SP, José Júlio Rebelo, informou que houve redução de 20% nos acidentes graves e fatais nos trechos onde a faixa foi implantada.
Atualmente, São Paulo conta com 232 km de Faixa Azul e a meta é atingir 432 km até 2028. O modelo paulista inspirou o projeto do DF, que prevê faixas com 1,20 metro de largura, sendo 1,10 m de área útil — o suficiente para ampliar o campo de visão dos motoristas e reduzir colisões laterais.
Projeto pronto no DF
O analista de planejamento urbano e infraestrutura do Detran, Hudson Carré, confirmou que o projeto do GDF está concluído e depende apenas do sinal verde da Senatran. “A ideia é começar pelo Eixo Monumental e expandir para outras vias, a serem definidas pelo DER. Depois, criaremos uma comissão de acompanhamento e monitoramento da experiência”, explicou.
O deputado Fábio Felix (Psol), autor da lei distrital de 2023 que institui diretrizes para a criação de faixas específicas para motos, destacou que a proposta tem base técnica sólida. “Nos inspiramos na experiência de São Paulo, com resultados comprovados. O foco é proteger vidas e garantir mais segurança aos motociclistas”, reforçou.
Representantes de associações de entregadores e motoristas de aplicativo também apoiaram o projeto. Para Geisiele das Neves, a Faixa Azul trará mais segurança no trânsito. Já Abel dos Santos defendeu que, além da faixa, o monitoramento da velocidade das motos é essencial para evitar acidentes.
O diretor de projetos viários da Semob, Ricardo Sérgio de Oliveira, acredita que o DF está preparado para adotar o modelo. “Com planejamento e avaliação constante, Brasília pode se tornar referência em segurança viária para motociclistas”, afirmou.
