O trânsito do Distrito Federal começa a mostrar sinais claros de avanço na proteção dos pequenos. Nos últimos dez anos, o número de mortes de crianças de até 9 anos caiu drasticamente, de 17 óbitos em 2014 para apenas três em 2024, uma redução de 82%. Ao longo desse período, 74 crianças foram vítimas fatais de acidentes, sendo que a maioria eram meninos e mais da metade estavam no banco traseiro de veículos como passageiros.
Segundo o Detran-DF, os acidentes envolvendo crianças ainda estão associados a fatores como a falta de atenção de pedestres, consumo de álcool, inexperiência de motoristas e negligência no cumprimento das regras de trânsito. Para o diretor-geral do órgão, Marcu Bellini, os números refletem os resultados das ações de educação e fiscalização aplicadas nos últimos anos. “Investir na conscientização desde cedo é fundamental. Estamos formando cidadãos mais responsáveis e motoristas mais atentos, e isso se reflete na redução de acidentes”, afirma.
Um dos pilares dessa proteção é a fiscalização do transporte adequado de crianças. Desde 2010, é obrigatório o uso de dispositivos de retenção, como bebê-conforto, cadeirinhas e assentos de elevação, sempre no banco traseiro e respeitando altura e peso. Em 15 anos, o DF registrou mais de 46 mil infrações por transporte irregular, sendo 2.446 apenas entre janeiro e setembro de 2025. O cuidado com os equipamentos e o cumprimento da legislação têm papel direto na diminuição de ferimentos graves e mortes.
O transporte de crianças em motocicletas também é alvo de atenção. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, é proibido transportar menores de 10 anos ou crianças que não tenham condições de cuidar da própria segurança. Este ano, o DF contabilizou 52 infrações desse tipo, que são consideradas gravíssimas e sujeitas a multa, retenção do veículo, pontos na CNH e, no caso das motos, suspensão do direito de dirigir.
Os números reforçam que a combinação de educação, fiscalização e consciência dos motoristas é a fórmula que vem salvando vidas no trânsito do DF. Com regras mais claras, campanhas de conscientização e atenção redobrada, crianças viajam mais seguras, e a cidade dá passos largos rumo a um trânsito mais responsável e humano.
