O Distrito Federal poderá contar em breve com novos restaurantes comunitários em regiões onde o acesso ao serviço ainda é limitado. A constatação veio a partir de uma pesquisa inédita conduzida pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF) em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), divulgada nesta quinta-feira (3).
O levantamento, que avaliou o perfil dos frequentadores e mapeou as áreas com maior demanda, servirá como base para a ampliação da rede de restaurantes comunitários, que hoje representa uma das principais políticas públicas de segurança alimentar da capital. O objetivo é garantir refeições de qualidade e baixo custo para a população em situação de vulnerabilidade social.
Entre os dias 18 e 25 de novembro de 2024, foram entrevistadas 898 pessoas maiores de 18 anos que utilizam os restaurantes comunitários do DF. O estudo traçou o perfil dos usuários e revelou que a maioria é composta por homens pardos (52,8%), com idade entre 30 e 49 anos (40,8%), trabalhadores autônomos (28%) e com renda mensal de até um salário mínimo (41,8%). Grande parte desses frequentadores utiliza o serviço ao menos três vezes por semana.
Os principais fatores que motivam o uso dos restaurantes comunitários são a proximidade com a residência (27%), o preço acessível (18,8%) e a variedade das refeições oferecidas, que também representa 18,8% das respostas. Ainda de acordo com o levantamento, mais de 80% dos entrevistados costumam frequentar a unidade instalada na região onde moram, enquanto cerca de 15,4% optam por restaurantes em outras localidades, principalmente pela facilidade de acesso próximo ao local de trabalho. Apenas 1,8% informou que não há restaurante comunitário disponível na região onde vive.
O estudo também apontou quais regiões administrativas do DF concentram maior necessidade de novas unidades. Ceilândia lidera a lista, com 9,2% das menções, seguida por Taguatinga (8,9%), Plano Piloto (8,3%) e Arapoanga (7,5%). Em Ceilândia, inclusive, já está em fase de projeto uma nova unidade, que será construída com o objetivo de atender a crescente demanda local. O terreno já foi definido e o projeto está sob responsabilidade da Novacap.
Além disso, o levantamento mostrou que a percepção da população sobre a vulnerabilidade social em determinadas áreas do DF é um dos fatores que reforçam a necessidade de expansão do serviço. Para 27,8% dos participantes, o aumento no número de restaurantes comunitários ajudaria a combater a insegurança alimentar justamente nesses locais mais vulneráveis. Já 19,8% dos entrevistados destacaram a importância da proximidade com o trabalho como critério relevante para a instalação de novas unidades.
Para a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, os dados reforçam o que o governo já vinha percebendo no dia a dia. “Esse levantamento confirma que estamos no caminho certo ao investir na ampliação dos restaurantes comunitários. É uma política que faz diferença direta na vida das pessoas e agora, com esse diagnóstico, conseguimos planejar de forma ainda mais eficiente para atender quem mais precisa”, destacou.
O diretor-presidente do IPEDF, Manoel Clementino, também vê o estudo como uma ferramenta fundamental para o aperfeiçoamento das ações. “Ter acesso a dados como esses é essencial para que possamos não apenas manter, mas melhorar o alcance do programa de segurança alimentar. A pesquisa mostra, com números concretos, que as iniciativas estão chegando a quem realmente precisa, e nos permite aprimorar o que for necessário”, explicou.
De acordo com o governo, o diagnóstico obtido com a pesquisa será fundamental para orientar decisões estratégicas e garantir que as ações cheguem de forma mais eficiente à população que mais precisa do serviço. A expectativa é que, com base nesses dados, as políticas públicas de segurança alimentar sejam aprimoradas e ampliadas, alcançando mais pessoas em situação de vulnerabilidade no Distrito Federal.
O estudo completo está disponível no site oficial do IPEDF e pode ser consultado por qualquer cidadão interessado.