Disciplina, estímulo e preparo. Esses são os ingredientes que começam a moldar a rotina de Chase e Rocky, os mais novos integrantes do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Com apenas quatro meses de idade, os irmãos da raça pastor alemão, de pelagem cinza, estão dando os primeiros passos no processo de socialização e adestramento. O objetivo? Tornarem-se cães policiais prontos para atuar nas ruas.
A expectativa é que, em aproximadamente um ano, os filhotes já estejam prontos para encarar missões de detecção de drogas e munições. “A partir dos três meses, começamos o treinamento com o método imprinting, que consiste em dessensibilizá-los aos ambientes de trabalho, como rodovias e áreas urbanas. Trabalhamos com sons diversos, tipos de solo e estimulamos o instinto de caça”, explica o 2º sargento V. Guimarães, especialista em formação de cães do BPCães.
Os dois filhotes foram doados ao batalhão pelo canil Casa Elfo e vêm de uma linhagem com forte aptidão para caça e trabalho. “Tanto o pai quanto a mãe são excelentes no que fazem, o que garante aos filhotes um grande potencial genético para a atividade policial”, acrescenta Guimarães.
Os pastores alemães são conhecidos pelo temperamento equilibrado, boa sociabilidade e controle de agressividade — características indispensáveis para o trabalho em segurança pública. “Eles têm alta capacidade de resolver situações e se concentram com facilidade”, destaca o tenente Fernando Henrique Dubinevics, comandante do 4º Pelotão do BPCães. Segundo ele, outro elemento essencial no desempenho dos cães é o laço com o condutor. É esse vínculo que forma o binômio cão-policial, ou simplesmente K9.
Hoje, o BPCães conta com um efetivo de 47 cães das raças pastor alemão, pastor belga malinois, labrador e bloodhound. Eles se dividem em três especialidades: busca e captura, detecção de explosivos e detecção de armas e drogas. A média de atuação dos animais é de oito anos. Depois disso, eles são aposentados e colocados para adoção — com prioridade para os policiais com quem trabalharam.
A atuação dos cães é estratégica e tem feito diferença em várias operações importantes da PMDF. Eles participaram das investigações sobre as explosões na Esplanada dos Ministérios, em novembro de 2024, deram apoio às ações humanitárias no Rio Grande do Sul e reforçaram a segurança durante a cúpula do G20, no Rio de Janeiro. Também estão presentes em grandes eventos da capital, como jogos da Seleção Brasileira e o Desfile de 7 de Setembro.
Como unidade especializada da PMDF, o BPCães emprega cães treinados em diversas frentes, desde o patrulhamento ostensivo até a varredura de áreas com suspeita de explosivos. “As equipes de busca e de detecção de drogas estão de prontidão 24 horas por dia. Já o grupo especializado em explosivos atua sob demanda, principalmente em ações preventivas e durante a Operação Petardo, voltada ao combate a ocorrências com explosivos no DF”, explica o tenente Dubinevics.
Os policiais que atuam no batalhão também passam por formação específica. Os cursos envolvem desde operações táticas e controle de distúrbios civis até manuseio de equipamentos especiais. Com isso, eles ficam prontos para enfrentar as mais variadas missões — sempre com o apoio valioso dos parceiros de quatro patas.
Repórter Capital com informações da Agência Brasília
Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília