O endividamento das famílias no Distrito Federal segue em alta, atingindo 74,1% em setembro de 2025, mas o cenário mostra sinais de alívio: menos lares estão inadimplentes e mais conseguem quitar suas dívidas. Os números indicam que, embora o volume de dívidas aumente, os brasilienses ainda mantêm margem de organização financeira.
Segundo a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o aumento no endividamento representa 792.958 famílias com dívidas, ante 780.328 em agosto e 703.502 em fevereiro, o menor índice desde agosto de 2020. Apesar do crescimento, a inadimplência caiu de 42,7% para 42,3%, ou seja, 3.736 famílias a menos com contas em atraso. O número de famílias que não terão condições de pagar também diminuiu, passando de 17,8% para 17,2%, com 5.296 famílias recuperando capacidade de pagamento.
O comprometimento da renda com dívidas recuou de 22,4% para 22,1%, e o tempo médio de atraso caiu de 71 para 70 dias. Para José Aparecido Freire, presidente do Sistema Fecomércio-DF, os números mostram um quadro controlado e sustentável:
“Embora a inadimplência tenha crescido desde dezembro de 2023, o peso do setor público na economia local e a renda média do DF permitem afirmar que a capacidade de pagamento das famílias está momentaneamente comprometida, mas longe de um cenário de descontrole.”
A análise por faixa de renda reforça o contraste. Entre famílias com até dez salários mínimos, 53,2% estão endividadas, sendo 20% “muito endividadas”. Já nas com renda superior, o endividamento cai para 32,5%, com 7,5% em situação crítica. Em relação à média nacional, o DF apresenta 5,1 pontos a menos de endividados, inadimplência 11,8 pontos maior, mas comprometimento da renda 7,8 pontos abaixo, sinalizando resiliência financeira dos consumidores locais.
O levantamento evidencia que, mesmo em um cenário de maior endividamento, os brasilienses conseguem manter as contas sob controle e reorganizar seu orçamento, refletindo capacidade de planejamento e estabilidade econômica relativa da região.