O Governo do Distrito Federal oficializou nesta semana um novo passo no enfrentamento à vulnerabilidade social. Com a criação do programa Acolhe DF, formalizado por decreto publicado na terça-feira (8), o GDF quer sistematizar o atendimento a pessoas em situação de rua com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas — unificando esforços, fortalecendo a busca ativa e criando uma rede intersetorial de acolhimento e reintegração social.
A articulação entre as secretarias foi o foco da reunião conduzida nesta quarta-feira (9) pela governadora em exercício Celina Leão, no Palácio do Buriti. Durante o encontro com o secretariado, ela reforçou que o combate à exclusão social deixa de ser responsabilidade isolada da assistência social e passa a ser missão conjunta de todas as pastas e administrações regionais do DF.
“A partir de agora, passa a ser responsabilidade de todas as secretarias e administrações regionais realizarem esse trabalho de busca ativa. O GDF está preparado para acolher e apoiar o desenvolvimento e a reinserção social dessas pessoas”, declarou Celina.
Segundo o decreto, as ações do Acolhe DF serão conduzidas por equipes multiprofissionais — com atuação de profissionais da saúde, assistência social, educação, cidadania, trabalho, entre outros. Caberá às equipes identificar e encaminhar, com agilidade, pessoas em situação de rua para serviços de acolhimento, cursos de qualificação e oportunidades reais de reintegração.
O secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, destacou a importância de envolver também a iniciativa privada. Ele lembrou que o Decreto nº 45.846/2024 determina que empresas contratadas pelo GDF devem reservar ao menos 2% de seus postos de trabalho para pessoas em situação de rua. “É preciso orientar e qualificar essas pessoas para que tenham condições reais de ocupar essas vagas. E, ao mesmo tempo, conscientizar os empresários para que abram essas portas.”
A secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, pontuou que a mudança de realidade exige um esforço conjunto. “A assistência social precisa caminhar junto com a qualificação. O decreto já prevê os 2% das vagas, mas agora é hora de transformar isso em realidade e mudar, de fato, a vida das pessoas.”
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, também reforçou que o programa vai além do acolhimento emergencial. “É preciso garantir não só o tratamento dos dependentes químicos, mas também as oportunidades de recomeço. Estamos articulando com outras pastas a inclusão dessas pessoas em programas como o Renova-DF e em cursos profissionalizantes.”
Com o Acolhe DF, o GDF aposta em um modelo que une cuidado, dignidade e reinserção social para um dos públicos mais vulneráveis da capital. A meta agora é transformar política pública em mudança de vida.
