O afastamento temporário do presidente e do diretor financeiro do Banco de Brasília (BRB), determinado pela Justiça nesta terça-feira (18), ocorreu no contexto da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular um esquema de criação e negociação de títulos de crédito falsos no Sistema Financeiro Nacional. A investigação, iniciada a partir de alertas do Banco Central em 2024, tem como foco principal executivos e estruturas do Banco Master. Segundo a PF, os alvos operavam com títulos insubsistentes — papéis sem lastro real — comercializados como se representassem direitos creditórios legítimos. Até o momento, não há indicação de participação do BRB no núcleo operacional do esquema; o afastamento de seus dirigentes decorre de determinação judicial relacionada ao processo investigativo mais amplo.
A operação resultou em prisões de executivos ligados ao Banco Master, apreensão de valores em espécie, carros de luxo, obras de arte e bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas vinculadas ao grupo investigado. Para a Polícia Federal, a análise de documentos, celulares e sistemas apreendidos deve aprofundar a apuração sobre a origem dos recursos movimentados e o papel de cada investigado.
GDF reafirma funcionamento regular do BRB e anuncia indicação de Celso Eloi para a presidência
Após as decisões, o Governo do Distrito Federal divulgou nota pública informando que o BRB segue operando com normalidade administrativa, com contratos, sistemas internos, rotinas bancárias e serviços aos clientes mantidos regularmente. O posicionamento busca oferecer previsibilidade institucional e afastar especulações sobre impactos operacionais na instituição financeira pública, que desempenha papel central na política de crédito do Distrito Federal.
Para garantir a continuidade da gestão, o GDF anunciou a indicação de Celso Eloi de Souza Cavalhero para a presidência do BRB. Servidor de carreira da Caixa Econômica Federal desde 1990 e atual superintendente em Brasília, Celso Eloi possui trajetória consolidada em análise de risco, governança e gestão financeira pública. Sua nomeação será submetida à Câmara Legislativa, conforme determina a Lei Orgânica do Distrito Federal.
Na nota, o governo também informou que medidas internas serão adotadas para reforçar mecanismos de governança, compliance e controle institucional, acompanhando permanentemente as investigações e colaborando com as autoridades competentes. O texto reafirma o compromisso com a estabilidade do BRB e a continuidade dos serviços oferecidos à população.
