A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou, até este sábado (1º/11), a identificação de 113 das 121 pessoas mortas durante a Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28/10) contra o Comando Vermelho. A ação é considerada a mais letal da história do Brasil, segundo dados oficiais.
Entre os mortos, estão quatro policiais — Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, Rodrigo Velloso Cabral, Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca. Outros 109 mortos foram identificados, e a Polícia divulgou o nome de 99 deles. Ao todo, 113 pessoas foram presas.
Apesar da magnitude da operação, a cúpula da facção continua foragida. Permanecem sendo procurados Edgard Alves de Andrade (Doca), apontado como o maior líder do Comando Vermelho em liberdade, Pedro Paulo Guedes (Pedro Bala), Juan Pedro Ramos (BMW) e Carlos da Costa Neves (Gardenal).
De acordo com a Polícia Civil, dos mortos identificados, 43 tinham mandados de prisão pendentes e 78 possuíam histórico criminal relevante. Parte dos mortos era de outros estados: 15 do Pará, 11 da Bahia, 9 do Amazonas, 7 de Goiás, 4 do Espírito Santo, 4 do Ceará, 2 da Paraíba, 1 de Mato Grosso e 1 de São Paulo.
A Operação Contenção mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro para cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados.
Segundo levantamento da AtlasIntel, 55% dos brasileiros disseram apoiar a operação. No Rio, o número é ainda maior: 62% dos entrevistados aprovam a ação, percentual que sobe para 80% entre moradores de favelas.
Apesar do apoio popular, a operação foi duramente criticada por movimentos de direitos humanos e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que classificou o episódio como “chacina” e afirmou estar “horrorizado” com o número de mortos.
O governo do Rio ainda não divulgou a lista completa dos presos, mas informou que todos tiveram prisão preventiva decretada em audiência de custódia, o que, segundo as autoridades, comprova a legalidade das detenções.
