Pesquisa revela que 60% dos brasileiros apoiam legalização dos jogos de azar, mas com regras

Uma pesquisa nacional feita pelo DataSenado revelou que a maioria dos brasileiros apoia a legalização de jogos de azar, como bingos, cassinos e o jogo do bicho, mas condiciona esse apoio à criação de regras rígidas de controle e fiscalização. Entre as preocupações da população estão a lavagem de dinheiro, o endividamento e a ludopatia — o vício em jogos.

A sondagem, realizada entre os dias 21 de fevereiro e 1º de março, a pedido do senador Irajá (PSD-TO), ouviu 5.039 pessoas com 16 anos ou mais, em todo o Brasil. O parlamentar é relator do Projeto de Lei 2.234/2022, que propõe a legalização de jogos como cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos.

Após serem informados sobre os pontos centrais do projeto, 60% dos entrevistados se disseram favoráveis à proposta. Apenas 34% se declararam contrários, enquanto 6% não opinaram. No entanto, mesmo entre os que apoiam a medida, há forte demanda por mecanismos de proteção social.

🔍 Principais resultados:

  • 82% consideram importante ou muito importante impedir que os jogos sejam usados para lavagem de dinheiro ou financiamento do crime organizado;

  • 77% apoiam regras para evitar o endividamento de jogadores;

  • 54% são favoráveis à criação de um cadastro nacional sigiloso para impedir que pessoas viciadas frequentem os estabelecimentos;

  • 62% aprovam a fiscalização de máquinas e jogos, como os caça-níqueis.

Embora apenas 26% dos brasileiros tenham interesse em frequentar ou participar desses jogos, o apoio à legalização cresce quando são apresentados os benefícios econômicos:

  • 58% acreditam que haverá aumento da arrecadação com a regulamentação;

  • 44% preveem mais empregos gerados no setor de entretenimento.

O projeto foi retirado da pauta do Senado em dezembro de 2024, mas tem pedido de urgência para votação. O senador Irajá argumenta que, na prática, muitos jogos já funcionam na clandestinidade, sem controle ou arrecadação de impostos.

“Estamos diante de um dilema: manter os jogos sob domínio do crime organizado ou legalizá-los com responsabilidade, fiscalização e retorno ao poder público”, afirmou o relator.

Repórter Capital com informações da Agência Senado

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

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