Morte de idoso expõe suposto esquema familiar e relação macabra na cidade de Sacramento (MG)

O caso do aposentado Lindomar Alves, de 77 anos, morador da cidade de Sacramento, em Minas Gerais, ganhou novos desdobramentos nas últimas semanas. O idoso, que estava em estado debilitado de saúde, faleceu no último dia 17 de julho, após viagem forçada para o interior do Goiás. Em meio à triste notícia, surge um novo personagem: um vendedor ambulante de títulos da sorte, da cidade de Sacramento, aparece em registro médico de consulta anterior à assinatura de uma das procurações, o homem é apontado como provável parceiro da ex-companheira de Lindomar.

A ex-mulher do idoso, a filha dela e o genro são investigados pelo uso de procurações obtidas de forma questionável para assumir o controle de todos os bens do idoso — entre eles, a casa em que ele residia e seu carro. A história envolve a investigação de maus-tratos e violência patrimonial com desvio de mais de R$ 200 mil.

Segundo registros hospitalares que constam na investigação, o ambulante teria participado, ao lado da ex-companheira de Lindomar, de consulta médica, em dezembro de 2024, para obtenção de um laudo que sustentasse a emissão de nova procuração em nome dela.

Além da ligação explicita com os atos suspeitos, moradores da cidade relatam que a mulher e o ambulante mantêm uma relação pessoal bastante próxima, sendo frequentemente vistos juntos pela cidade. A parceria entre os dois pode representar mais um elemento sórdido do provável plano de isolamento de Lindomar e de controle sobre seu patrimônio.

Entenda o caso

Lindomar Alves vivia em Sacramento (MG) e, conforme investiga o Ministério Público e a polícia, foi vítima de negligência, maus-tratos e violência patrimonial. A série de reportagens do Repórter Capital revelou provas documentais do desvio de mais de R$ 200 mil em nome de terceiros, além da realização de um empréstimo de mais de R$ 17 mil, consignado à aposentadoria do idoso em março de 2025.

De acordo com as denúncias, o plano teria sido friamente planejado pela ex-companheira que, mesmo após o término oficial da união estável, em 2019, retornou anos depois para a casa de Lindomar. Segundo familiares do idoso, ela teria apelado à generosidade de Lindomar alegando a necessidade de uma residência fixa para viabilizar o processo de aposentadoria rural. Com o tempo, sua permanência e a chegada de familiares transformaram o ambiente em um cenário de dominação e isolamento.

No início de julho, após receber alta da Santa Casa de Misericórdia, onde estava internado desde o início de abril, o idoso foi impedido de retornar à própria casa — até o momento ocupada pelos investigados. Lindomar foi levado, então, para o interior de Goiás, numa viagem de cerca de dez horas. A mudança, articulada com apoio da prefeitura de Sacramento e da sargento Edna, buscava garantir melhores condições de cuidados, mas poucos dias depois, o idoso faleceu.

A morte de Lindomar reacende a urgência por respostas. O caso, já em apuração pelo Ministério Público e pela delegacia da cidade, pode ter novos desdobramentos à medida que surge um novo personagem e novos elementos que reforçam a suspeita de um esquema macabro, articulado para dilapidar o património da vítima.

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