A Comissão de Segurança Pública do Senado (CSP) agendou para terça-feira (29), às 11h, uma audiência pública para discutir a suposta ameaça de morte contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). Tagliaferro, apontado pela Polícia Federal como responsável pelo vazamento de informações do gabinete do ministro para a imprensa, teria relatado temer pela própria vida.
O requerimento para a audiência (REQ 5/2025) foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). Segundo ele, reportagens da Folha de S.Paulo indicam que, em 2022, o gabinete de Moraes teria solicitado informalmente a produção de relatórios para embasar ações criminais contra apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro, quando Moraes presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Demitido em 2023, Tagliaferro negou ter vazado informações. No entanto, a Polícia Federal sustenta que ele teria agido para desacreditar o Judiciário e prejudicar as investigações no inquérito das fake news.
Além de Tagliaferro, foram convidados para a audiência o ministro Alexandre de Moraes, os juízes Marco Antônio Martins Vargas e Airton Vieira — ambos citados nas reportagens —, e o influenciador português Sérgio Tavares. Tavares divulgou vídeos em que o ex-assessor aparece demonstrando medo e mencionando a possibilidade de deixar o Brasil.
No centro da polêmica, os juízes Vargas e Vieira atuaram próximos a Moraes durante as eleições de 2022. Em um áudio vazado, Airton Vieira teria sugerido que a produção dos relatórios fosse atribuída ao TSE, e não diretamente ao gabinete do ministro.
Girão defende que a apuração é essencial para garantir transparência e proteção às pessoas envolvidas. “É preciso esclarecer o uso de recursos do sistema judiciário e garantir a segurança de quem denuncia”, afirmou o senador.
Repórter Capital com informações da Agência Senado
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