Casa da Mãe Atípica: Projeto propõe rede de apoio para quem cuida de filhos com deficiência

Um novo projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados pode representar um alento para milhares de mães que vivem a rotina intensa e, muitas vezes solitária, de cuidar de filhos com deficiência. Batizada de Casa da Mãe Atípica, a proposta pretende criar uma rede de acolhimento e suporte emocional voltada a mulheres que dedicam suas vidas ao cuidado de crianças com condições que exigem atenção contínua.

De autoria do deputado Duarte Jr. (PSB-MA), o PL 1018/25 reconhece o impacto físico e emocional da sobrecarga enfrentada por essas mães e propõe a criação de espaços estruturados para promover bem-estar, trocas de experiência e atendimento psicológico. “O suporte comunitário é essencial para que essas mulheres encontrem força e não se sintam sozinhas diante de tantos desafios”, explica o parlamentar.

Acolhimento com estrutura

Segundo o texto, as unidades da Casa da Mãe Atípica serão implantadas em locais estratégicos — preferencialmente nas proximidades de centros de reabilitação e clínicas de atendimento infantil. Cada espaço deverá contar com salas de descanso, ambientes de convivência, biblioteca, refeitório, áreas de lazer e estrutura para atendimentos psicológicos.

O acesso será prioritário para mães que comprovem a necessidade de suporte e que tenham filhos em tratamento contínuo.

Gestão e recursos

A gestão nacional do programa ficará sob responsabilidade do Ministério das Mulheres, que também será encarregado de definir diretrizes e protocolos para o funcionamento das unidades.

O financiamento será feito com recursos da União, podendo ser complementado por emendas parlamentares, doações ou parcerias com entidades públicas e privadas.

Próximos passos

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado por diversas comissões na Câmara dos Deputados, incluindo as de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; Defesa dos Direitos da Mulher; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Caso aprovado, segue para o Senado antes de se tornar lei.

Se implementado, o programa pode inaugurar um novo olhar sobre o cuidado com quem cuida — reconhecendo o peso e o valor da maternidade atípica e oferecendo uma rede de apoio concreta para essas mulheres que, muitas vezes, vivem à margem das políticas públicas.

Repórter Capital

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