Deputado Glauber Braga é retirado à força da presidência da Câmara após protesto

O plenário da Câmara dos Deputados viveu uma tarde de tensão nesta terça-feira (9). O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da cadeira da presidência da Casa por agentes da Polícia Legislativa Federal após um protesto contra o andamento de seu processo de cassação.

A ação ocorreu pouco depois de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciar que levaria ao plenário não apenas o pedido de cassação de Braga, mas também os de Carla Zambelli (PL-SP) e Delegado Ramagem (PL-RJ) — estes últimos já condenados pelo STF. Motta ainda colocou em pauta o projeto que reduz as penas dos envolvidos na tentativa de golpe.

Glauber reagiu ocupando a cadeira da presidência e desafiando os colegas:
“Que me arranquem desta cadeira e me tirem do plenário.”

Menos de uma hora depois, agentes da Polícia Legislativa o removeram, num episódio registrado por parlamentares aliados. As imagens mostram roupas rasgadas e resistência verbal do deputado enquanto era levado ao Salão Verde.

 

Transmissão cortada e retirada da imprensa

O episódio ganhou contornos mais graves quando o sinal da TV Câmara foi cortado durante o protesto. Jornalistas foram obrigados a deixar o plenário e as galerias, sem acesso ao que se desenrolava.

Até o momento, não é claro se a ordem partiu diretamente de Motta.

Do lado de fora, Glauber acusou a presidência da Casa de arbitrariedade:

“Com os golpistas que sequestraram a mesa por 48 horas, sobrou docilidade. Com quem não entra no jogo deles, é porrada.”

Ele também associou sua cassação e a pauta legislativa do dia a uma “ofensiva golpista”, citando o pacote que pode abrir caminho para reduzir a pena de Jair Bolsonaro e manter direitos políticos de aliados.

Defesa da democracia

Glauber afirmou que continuará resistindo:

“Eles podem cassar o mandato, mas até o último minuto eu vou lutar para que não firam as liberdades democráticas.”

A votação da cassação deve ocorrer nesta quarta-feira (10).

Hugo Motta reage

Em nota publicada nas redes sociais, Motta afirmou que Glauber “desrespeitou a Câmara e o Poder Legislativo”, destacando que o parlamentar já havia protagonizado ocupações anteriores.

O presidente classificou o ato como extremismo:

“O extremismo não tem lado. Para o extremista, só existe o lado dele.”

Motta também determinou apuração sobre possíveis excessos na retirada da imprensa.

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