Consciência Negra 2025: evento no Museu Nacional destaca ancestralidade e combate ao racismo

A celebração do Dia da Consciência Negra 2025 chega com uma mudança histórica: pela primeira vez, o evento ocupa a área externa do Museu Nacional da República, transformada em um grande espaço de memória, formação, cultura e resistência entre os dias 20 e 22 de novembro. A programação gratuita reúne palestras, oficinas, vivências ancestrais, atividades formativas e ações de valorização da cultura afro-brasileira, reforçando o legado de Zumbi dos Palmares e a importância do enfrentamento ao racismo no Distrito Federal.

Instituída no calendário oficial do DF pelo Decreto nº 46.529/2024, a celebração é coordenada pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), conforme diretrizes da Portaria Conjunta nº 23/2025, que também criou um Grupo de Trabalho Interinstitucional para organizar toda a programação.

Neste ano, a Sejus-DF dá prioridade a ações de conscientização e valorização da população negra. A pasta preparou uma série de palestras temáticas sobre identidade, história, políticas de igualdade racial e direitos humanos, conduzidas por especialistas reconhecidos nacionalmente.

Um dos eixos centrais é o curso de letramento racial, que oferece conteúdos sobre enfrentamento ao racismo, ancestralidade e práticas antirracistas aplicadas ao cotidiano. A proposta é ampliar o impacto pedagógico do evento e aproximar a população das políticas públicas de igualdade racial.

Afroempreendedorismo ganha espaço no evento

A celebração contará com um estande de afroempreendedorismo, reunindo artesãos, artistas e produtores negros do Distrito Federal. O espaço foi criado para fortalecer a autonomia econômica da população negra, promovendo renda, visibilidade e valorização de saberes ancestrais, inovação e criatividade.

Além disso, o público poderá participar de oficinas, rodas de conversa, painéis temáticos, contação de histórias, vivências comunitárias e atividades ligadas à estética e à gastronomia afro-brasileira.

Participação social e integração de políticas públicas

Para reforçar o caráter participativo do evento, a Sejus convidou entidades da pauta racial e integrantes do Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial (Codipir) — órgão consultivo responsável por acompanhar e propor políticas de promoção da igualdade racial no DF.

O encontro também receberá idosos do programa Viver 60+, coordenado pela Sejus, ampliando a dimensão intergeracional e assegurando o acesso democrático aos espaços de cultura, cidadania e memória.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destaca que o evento se tornou um marco para o debate sobre racismo no DF:

“O Consciência Negra é um momento de celebração, mas também de reflexão profunda sobre nossa história e nossos desafios. A Sejus atua para garantir que esse espaço seja formativo, acolhedor e representativo, valorizando saberes, estéticas e expressões da população negra. É uma agenda que reafirma o compromisso do GDF com o combate ao racismo em todas as suas formas.”

O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, ressalta que as atividades de formação são ferramentas de transformação coletiva:

“As atividades que promovemos — como palestras, letramento racial, painéis e rodas de conversa — são instrumentos de mudança. Celebrar o 20 de novembro é reconhecer nossa ancestralidade e projetar caminhos mais inclusivos para o futuro.”

Nos últimos anos, a Sejus ampliou políticas de promoção da igualdade racial com ações estruturantes e educativas. Entre as iniciativas, estão:

  • cota de 20% para estagiários negros;

  • reserva de vagas em concursos do DF;

  • incentivos ao afroempreendedorismo;

  • fortalecimento dos conselhos e comitês ligados à pauta racial;

  • expansão do projeto Cidadania nas Escolas, que leva temas de combate ao racismo para estudantes e professores.

A Sejus também firmou parcerias, como o protocolo de intenções com a OAB-DF (2023) e o protocolo de combate ao racismo em eventos culturais (2025). O Programa de Letramento Racial já capacitou mais de 5 mil pessoas em práticas antirracistas.

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