Neste Outubro Rosa, o combate ao câncer de mama no Distrito Federal ganhou um reforço inédito. A Secretaria de Saúde (SES-DF) recebeu nesta sexta-feira (24) um novo medicamento de alta tecnologia incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS): o Trastuzumabe Entansina, voltado ao tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo — uma das formas mais agressivas da doença, caracterizada pela rápida multiplicação das células tumorais.
Foram entregues 190 unidades do remédio, nas versões de 100 mg e 160 mg, que serão destinadas a pacientes em tratamento no Hospital de Base (HBDF), Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Universitário de Brasília (HUB). O fármaco é indicado para mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial, geralmente em casos de câncer de mama HER2-positivo em estágio III.
De acordo com o chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da SES-DF, Gustavo Ribas, a chegada do Trastuzumabe Entansina marca um avanço importante na oncologia pública do DF. “Essa medida representa um avanço no tratamento oncológico, proporcionando um aumento na sobrevida dessas pacientes, com estimativas de melhora próximas a 50%”, afirmou.
O especialista estima que cerca de 500 mulheres no DF serão beneficiadas. Além disso, 230 pacientes que aguardam cirurgia também poderão ser incluídas no novo protocolo de tratamento. As unidades da SES-DF fazem parte da primeira remessa nacional enviada pelo Ministério da Saúde, que receberá quatro lotes do medicamento — com novas entregas previstas para dezembro de 2025, março e junho de 2026.
Avanços no diagnóstico
O reforço no tratamento chega em um momento de crescimento no número de exames de rastreamento. De janeiro a junho deste ano, a rede pública realizou 13,9 mil mamografias, aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 11,4 mil. No total, 23.430 exames foram realizados no ano passado.
Outra novidade é a ampliação da faixa etária para o exame gratuito de mamografia no SUS. Agora, mulheres de 40 a 74 anos podem realizar o exame mesmo sem sintomas — antes, o acesso era restrito à faixa entre 50 e 69 anos. A medida busca antecipar o diagnóstico, já que quase um quarto dos casos de câncer de mama no país ocorre entre 40 e 49 anos.
Em 2023, a rede pública do DF realizou 487 cirurgias relacionadas ao câncer de mama. Em 2024, foram 452 procedimentos, e, apenas entre janeiro e julho deste ano, 265 operações. As unidades básicas de saúde (UBSs) continuam sendo a porta de entrada para o diagnóstico. Mulheres que perceberem alterações nas mamas — como nódulos, secreções, dores ou assimetrias — devem procurar atendimento para avaliação e, se necessário, encaminhamento especializado.
