Quatro macacos encontrados mortos em Goiás neste ano testaram positivo para febre amarela, reacendendo o alerta sobre a circulação do vírus no estado. Os casos foram registrados em Abadia de Goiás, Guapó e Goiânia, enquanto o último registro da doença em humanos em Goiás ocorreu em 2017.
Para conter a ameaça, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou a Semana de Vacinação contra a Febre Amarela, que acontece de 29 de setembro a 3 de outubro. O objetivo é ampliar a cobertura vacinal, atualmente em 71,6%, ainda abaixo dos 95% recomendados pelo Ministério da Saúde.
A campanha vai além das salas de vacinação. Equipes móveis irão a escolas, igrejas e comunidades rurais para aplicar as doses. Cinco Vans da Vacina percorrerão áreas estratégicas, especialmente onde ocorreram mortes de primatas. Além disso, o sistema Imuniza Goiás, lançado em 2022, permitirá identificar crianças e adolescentes não vacinados, com dados completos de endereço e contato dos responsáveis, facilitando a busca ativa.
A vacina é indicada para crianças a partir de 9 meses (1ª dose), com reforço aos 4 anos, e para pessoas entre 5 e 59 anos que nunca receberam a imunização. Profissionais de saúde e moradores de áreas rurais ou próximas a matas também estão entre os grupos prioritários.
A morte de macacos funciona como um sinal de alerta precoce. Só em 2025, Goiás registrou 49 notificações de primatas mortos. Destas, 39 tiveram amostras coletadas: quatro confirmaram febre amarela, 33 foram descartadas e duas seguem em investigação.
A SES alerta a população: não toque nos animais mortos e registre ocorrências pelo aplicativo SissGeo ou na secretaria municipal de saúde, enviando fotos do animal sempre que possível.
Além da vacinação, outras medidas ajudam a prevenir a doença: evitar áreas de mata, usar roupas que cubram braços e pernas e aplicar repelentes, principalmente no início da manhã e no fim da tarde, horários de maior atividade dos mosquitos transmissores. Sintomas como febre alta, dores no corpo, náuseas e vômitos devem levar à busca imediata por atendimento médico.
“Estamos em um momento decisivo. A vacinação é a única forma de evitar que a doença volte a atingir pessoas em Goiás”, reforçou a SES.