A Secretaria Extraordinária de Proteção Animal (Sepan-DF), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), vai lançar ainda neste mês um novo cadastro voltado a protetores e entidades que atuam no acolhimento de cães e gatos no DF e no Entorno. A ferramenta, totalmente reformulada após ajustes pedidos pela própria rede de protetores, será a base para a formulação de políticas públicas mais eficazes em áreas como castração, vacinação, assistência e fornecimento de insumos.
Segundo o secretário de Proteção Animal, Cristiano Lopes da Cunha, a versão anterior do formulário chegou a ser divulgada em junho, mas precisou ser suspensa para aprimoramentos. “Não é possível planejar políticas públicas sem conhecer o nosso público. Precisamos entender quem são, quantos animais acolhem, quais são as dificuldades e onde atuam para, a partir daí, construir soluções adequadas”, destacou.
Com cerca de 40 perguntas, o cadastro reunirá informações sobre número de animais acolhidos — por espécie, sexo, faixa etária e condições de saúde —, capacidade máxima, locais de abrigo, origem dos recursos e principais dificuldades enfrentadas pelos voluntários. Também será possível indicar interesse em participar de programas de apoio com fornecimento de ração, medicamentos, insumos de higiene, capacitações e campanhas de castração.
A subsecretária de Conscientização, Reabilitação e Educação Animal, Cássia Maria Marques Nunes, reforça que o levantamento terá abrangência inédita. “Nosso objetivo é mapear onde estão todos os protetores de animais, inclusive do Entorno. Esse mapeamento estatístico vai embasar com clareza futuras políticas públicas que estamos desenhando”, afirmou.
O lançamento do formulário foi alinhado em reunião entre a Sepan e o IPEDF nesta quarta-feira (17). Desde agosto, a pasta tem ouvido protetores em encontros presenciais, incorporando contribuições que resultaram em um questionário mais assertivo e representativo da realidade.
A criação do cadastro responde a uma demanda crescente: de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD Ampliada 2024), 55,1% dos moradores do DF têm ao menos um animal de estimação. São 837 mil pets em 679,7 mil lares do Quadradinho, sendo os cães os mais comuns (45,9%), seguidos por gatos, aves e outros animais.
Criada em setembro de 2024, a Sepan-DF já colocou em prática medidas estruturantes, como o albergue temporário do programa Castra-DF, inaugurado em junho deste ano. O espaço tem capacidade para abrigar até 150 cães em situação de abandono e hoje acolhe 77 animais, que recebem cuidados veterinários, participam de atividades de socialização e passam por adestramento para adoção.
