Lula escreve para New York Times e transforma tarifaço em embate político com Trump

Quando um presidente brasileiro decide ocupar espaço de opinião no jornal mais influente do planeta, não se trata apenas de diplomacia: é estratégia. O artigo de Lula publicado neste domingo (14), no The New York Times, é um recado direto à Casa Branca, mas também um movimento para mostrar ao mundo que o Brasil não aceita ser tratado como ator secundário no comércio global.

Ao rebater Donald Trump, Lula fez mais do que contestar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Ele expôs a contradição americana: um país que acumula superávit de US$ 410 bilhões nas trocas com o Brasil e, ainda assim, lança mão de barreiras comerciais sob justificativa política. Ao ligar a medida à tentativa de blindar Jair Bolsonaro – condenado por tramar um golpe de Estado –, o presidente brasileiro elevou o tom e transformou a disputa comercial em um debate sobre democracia e soberania.

O texto no NYT também serviu para reposicionar a imagem do Brasil no cenário internacional. Lula defendeu o multilateralismo, exaltou o PIX como modelo de inclusão financeira e reforçou os avanços no combate ao desmatamento. Mais que isso: buscou aproximar a defesa da Amazônia da agenda climática global, lembrando que o impacto do colapso da floresta não é um problema apenas brasileiro, mas hemisférico.

A mensagem final é clara: Lula estende a mão para negociar, mas estabelece uma linha vermelha — a democracia e a soberania brasileiras não estão em discussão. No tabuleiro da política internacional, o artigo é um xeque simbólico: se os EUA insistirem na escalada, não será apenas uma questão de tarifas, mas de reputação global.

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