Demorou, mas aconteceu. Depois de mais de duas décadas de espera, moradores e trabalhadores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) finalmente viram sair do papel uma das obras mais reivindicadas da região: a chamada Rota de Segurança, um trecho de 3,7 km que conecta o Setor de Inflamáveis à Estrada Parque Taguatinga (EPTG).
Inaugurada em 2021, a via pode parecer, para quem passa rápido, apenas mais uma obra de pavimentação. Mas, para quem vive no SIA ou no Lúcio Costa, representa o fim de uma rotina de poeira no tempo seco, lama nas chuvas e ônibus atolados. Ali, onde antes era chão batido, hoje há ciclovia, calçadas, abrigos de ônibus e sinalização viária. Um pacote de infraestrutura que, somado ao investimento de R$ 12 milhões, virou sinônimo de dignidade para os mais de 10 mil frequentadores diários da região.
O impacto vai além da mobilidade. O SIA é a única cidade exclusivamente comercial do DF e responde por mais da metade do ICMS arrecadado. Com trânsito pesado de caminhões, carretas e veículos de carga, a rota trouxe um respiro: melhorou o escoamento de mercadorias, deu alternativa em caso de emergência e ainda ajudou a destravar o tráfego local. Quem vive ou trabalha por lá percebeu a diferença na rotina, do caminhoneiro que tem mais segurança para circular à dona de casa que agora pode usar a ciclovia com tranquilidade.
É claro que a comunidade segue cobrando mais melhorias — ninguém esqueceu os anos de abandono. Mas, pelo menos desta vez, o sonho coletivo saiu do papel e virou asfalto, ciclovia e calçada. No Extrapauta, fica o registro: quando a obra certa chega, ela muda a vida das pessoas de verdade.
