SAMU indígena: Projeto do Ministério da Saúde entrega ambulância 24h para atender Aldeia Jaguapiru

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, 9 de agosto, o Ministério da Saúde inaugurou o primeiro Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) exclusivo para a população indígena, localizado na reserva Aldeia Jaguapiru, em Dourados (MS). O SAMU Indígena, que funciona 24 horas, atenderá cerca de 25 mil indígenas da região, com equipe bilíngue fluente em português e guarani, uma inovação que aproxima o atendimento médico das comunidades tradicionais e respeita sua cultura e idioma.

A entrega do serviço pioneiro foi feita pelo secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba. Ele ressaltou a importância da iniciativa, especialmente por ter sido lançada em uma data simbólica e em uma região de alta densidade populacional indígena. “Este é um trabalho conduzido pelo presidente Lula e pelo ministro Alexandre Padilha, que fortalece o SUS com um projeto piloto inédito no país, garantindo atenção integral e culturalmente adequada à população indígena”, destacou.

Antes da inauguração do SAMU Indígena, os atendimentos de urgência eram realizados pela unidade geral do SAMU 192 de Dourados, o que causava maior tempo de espera para as comunidades indígenas. Com a nova ambulância dedicada, o tempo médio de resposta será reduzido pela metade, proporcionando agilidade e eficiência no socorro.

O Ministério da Saúde investirá R$ 341 mil por ano para custear o serviço móvel indígena. Esse valor faz parte do esforço maior para universalizar o SAMU 192 em todo o Brasil até o fim de 2026, garantindo um serviço universal, gratuito e que respeite as especificidades culturais dos atendidos. Atualmente, Dourados recebe um repasse anual de R$ 2,2 milhões para manter a Central de Regulação Urbana, duas unidades básicas, uma avançada e duas motolâncias, que também atendem a população indígena em casos de emergência.

O SAMU Indígena conta com uma equipe formada por 14 profissionais, incluindo cinco técnicos de enfermagem, cinco enfermeiros e quatro condutores-socorristas, sendo sete indígenas fluentes em guarani. Essa estrutura bilíngue permite uma comunicação mais eficiente e humanizada, garantindo que as necessidades dos pacientes sejam compreendidas com clareza.

Os pacientes indígenas serão encaminhados para hospitais de referência, como o Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD), que também conta com profissionais bilíngues, fortalecendo a rede de atendimento.

Cada espaço da base do SAMU 192 Indígena recebe nomes em guarani, reforçando o compromisso com a valorização da cultura local e o respeito às tradições.

Desde o início de 2023, o Ministério da Saúde entregou 2.462 novas ambulâncias do SAMU 192 para municípios de todas as regiões do país, número seis vezes maior do que o registrado nos quatro anos anteriores. Atualmente, são mais de 4,3 mil ambulâncias em operação, atendendo cerca de 190 milhões de brasileiros em mais de 4 mil municípios. A meta é entregar mais 2,3 mil unidades até 2026, incluindo 1,3 mil previstas para 2025.

Com esse projeto piloto do SAMU Indígena, o SUS dá um passo decisivo para garantir acesso digno, ágil e culturalmente respeitoso à saúde para as populações tradicionais brasileiras.

CONTINUE LENDO

- PUBLICIDADE -

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- PUBLICIDADE -