Uma ofensiva diplomática com DNA brasiliense. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), convocou uma edição extraordinária do Fórum Nacional de Governadores para esta quarta-feira (30), às 9h, na Vice-Presidência da República, no Palácio do Planalto. Em pauta: a decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
O encontro vai reunir representantes dos 26 estados e do Distrito Federal, além do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A expectativa é construir uma resposta articulada e institucional ao chamado “tarifaço”, anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump no último dia 9 de julho.
“Todos os governadores têm demonstrado uma certa preocupação por conta do tarifaço. Estaremos com o vice-presidente da República para levar a nossa colaboração neste impasse que vai prejudicar a vida de muitas pessoas, especialmente daqueles que exportam para os Estados Unidos”, declarou Ibaneis Rocha, que também é coordenador do fórum.
Missão diplomática conjunta
Entre os desdobramentos esperados da reunião está a formação de uma comitiva oficial de governadores, que deverá acompanhar o vice-presidente Alckmin em tratativas diplomáticas diretamente em Washington (EUA). A medida busca reforçar a posição unificada dos entes federativos e ampliar a força política do Brasil nas negociações.
O anúncio das tarifas tem motivação política e comercial, segundo fontes do governo norte-americano, e já preocupa gestores estaduais de diferentes regiões. A taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados pode gerar prejuízos bilionários para cadeias produtivas inteiras — do agronegócio à indústria de transformação.
Articulação federativa
A convocação feita por Ibaneis Rocha foi bem recebida por outros chefes de Executivo estadual e é vista como uma tentativa de fortalecer a interlocução do Brasil com o exterior em um momento delicado da economia global. A pauta também reacende o debate sobre soberania comercial e proteção da indústria nacional frente a disputas geopolíticas.
O encontro será realizado em ambiente reservado, com previsão de pronunciamento à imprensa após o encerramento. Segundo fontes do Fórum, a estratégia é construir uma nota conjunta e definir pontos de pressão a serem levados à diplomacia brasileira e ao Itamaraty.
