A Polícia Federal desvendou parte de um dos maiores quebra-cabeças digitais do país. Nesta terça-feira (10), uma operação silenciosa, mas de grande impacto, foi deflagrada no Distrito Federal, São Paulo e Paraná contra hackers suspeitos de protagonizar ataques cibernéticos a instituições públicas e privadas de peso — entre elas, a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a Petrobras.
Dois mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão foram cumpridos, revelando que a teia do crime digital ia além do que se imaginava. As prisões ocorreram em Formosa (GO), região do Entorno do DF, e na capital paulista. As ordens judiciais foram expedidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal.
Alvos de alto escalão
Os sistemas invadidos não são simples servidores comuns: tratam-se de plataformas vitais ao funcionamento da Justiça, da educação pública e de empresas estatais. O prejuízo não foi apenas técnico — a atuação dos criminosos comprometeu serviços, decisões judiciais e o acesso da sociedade a dados e plataformas essenciais.
Quem são eles?
Segundo a PF, os suspeitos se escondiam sob pseudônimos em fóruns clandestinos da deep web, onde compartilhavam dados obtidos ilegalmente e se vangloriavam dos ataques. Para dificultar qualquer tentativa de rastreamento, utilizavam infraestrutura internacional que mascarava os IPs, como uma cortina digital quase impossível de transpor.
Crimes e penas
A investigação aponta que o grupo pode responder por associação criminosa, crimes cibernéticos, divulgação ilegal de dados e por perturbar ou interromper serviços telemáticos — crimes que, somados, podem levar a penas significativas de prisão.
A operação reforça o alerta sobre os riscos e os impactos reais da criminalidade digital — que, cada vez mais sofisticada, exige resposta firme e integrada entre instituições de segurança e tecnologia.