Aos 67 anos, fisiculturista brasiliense estreia temporada 2025 com foco no Mundial da China

Neste domingo, 1º de junho, a fisiculturista brasiliense Maria do Socorro da Silva, a “Socorrinho”, volta aos palcos para iniciar mais uma temporada de competições. Aos 67 anos, ela disputará o XVII Campeonato Brasiliense de Fisiculturismo, às 13h, no auditório da Universidade Paulista (Unip), na 913 Sul, na categoria Women’s Physique.

A estreia marca o começo de uma jornada ambiciosa que pode levar a atleta novamente ao cenário internacional, com passagens previstas pelo Campeonato Brasileiro em julho e o Campeonato Mundial, em novembro, na China.

A trajetória de Socorrinho no fisiculturismo nasceu da dor: em 2008, após a morte do filho, ela encontrou no esporte um caminho de superação. “Comecei sem orientação, só para aliviar a alma”, relembra. Desde então, transformou a dor em força e construiu uma carreira sólida: oito títulos brasiliense, três brasileiros e medalhas em torneios sul-americanos e mundiais.

No ano passado, ela chamou atenção no Campeonato Mundial de Fisiculturismo e Fitness da IFBB, em Santa Susanna, na Espanha, sendo a única competidora com mais de 50 anos em sua categoria e conquistando um 4º lugar inédito.

“Me senti valorizada. Foi um sonho fora da minha idade, das minhas finanças. Só pode ter sido um milagre”, resume.

Rotina implacável

Chefe da Ouvidoria da Novacap, Socorrinho encaixa treinos intensos e dieta rigorosa entre os compromissos do trabalho. Caminha às 5h, cumpre expediente, treina musculação à noite e ainda ensaia coreografias. “O curioso é que sempre na semana do campeonato o trabalho aperta. Mas eu coloco leveza para que tudo flua”, conta.

Nesta fase final de preparação, a dieta inclui tilápia e arroz a cada três horas, além de controle hídrico para entrar no palco com o físico ajustado. “Vou mais densa, porque o corpo muda a cada competição. O importante é manter o foco.”

Espelho para gerações

Presidente da IFBB-DF, Patrícia Helena afirma que Socorrinho inspira todas as faixas etárias: “Ela é a prova de que o esporte é para todos, inclusive para quem está na melhor idade. Longevidade e qualidade de vida estão diretamente ligadas à musculação”.

A federação aposta no exemplo da atleta para ampliar a participação feminina e de pessoas com mais de 50 anos nos campeonatos. “A história dela já motivou muitas mulheres a começarem”, reforça Patrícia.

Mais do que fisiculturismo, um recado à vida

“Quando começar, seja a que tempo for, nunca olhe para os anos que ficaram para trás. Enxergue quantos anos podem ser somados à sua vida depois do esporte.” Essa é a filosofia que Socorrinho leva aos palcos — e à vida.

Com disciplina, fé e coragem, ela mostra que a idade não é limite, é combustível. E, para quem assiste de fora, Maria do Socorro da Silva já venceu muito mais do que campeonatos: ela venceu a dor, o tempo e o medo — e hoje representa a força feminina que não se dobra aos ponteiros do relógio.

Repórter Capital com informações da Agência Brasília

CONTINUE LENDO

- PUBLICIDADE -

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- PUBLICIDADE -