A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) deu um passo importante na humanização e eficácia do atendimento em saúde mental: a criação do cartão de crise, uma ferramenta inovadora que reúne informações essenciais sobre pacientes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). A medida visa garantir atendimento mais ágil, seguro e respeitoso em situações de crise psíquica.
O cartão é preenchido por profissionais de saúde diretamente na plataforma online da SES-DF e impresso para ser entregue ao paciente. Nele constam dados como nome, contato de emergência, unidade de referência, medicamentos em uso e contraindicações — além de observações sobre a forma como o paciente prefere ser abordado durante episódios de crise.
“O cartão de crise é uma estratégia de cuidado que amplia a autonomia do paciente, fazendo com que ele comunique à equipe assistencial a melhor forma de acolhê-lo”, explica a subsecretária de Saúde Mental, Fernanda Falcomer.
A iniciativa está em fase de implementação em várias unidades, como o Caps Infantojuvenil de Taguatinga, onde já demonstra bons resultados. A gerente da unidade, Glaucia Figueiredo, conta que o documento é produzido junto ao usuário, respeitando sua individualidade e promovendo acolhimento mais eficaz:
“Estamos inserindo o cartão em nossos atendimentos e ele tem sido bem aceito pelos usuários. É visível o quanto tem facilitado o manejo das crises.”
O cartão é pequeno e discreto, podendo ser guardado na carteira, no bolso ou porta-crachá. Segundo a assistente social Jamila Zgiet, da Gerência de Normalização e Apoio em Saúde Mental da SES-DF, ele também pode conter orientações específicas, como não gostar de ser tocado ou preferir determinado tipo de abordagem durante uma crise.
A proposta, lançada neste mês de maio em alusão à Luta Antimanicomial, é uma parceria entre a Subsecretaria de Saúde Mental e a Secretaria Executiva de Tecnologia da Informação em Saúde. A ação fortalece a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do DF, que atualmente conta com 18 Caps em funcionamento e já realizou mais de 2,5 milhões de atendimentos desde 2017. Só em 2024, foram 500 mil registros, e até março de 2025, já somam 87.864 atendimentos.
“Esse é mais um passo para garantir atendimento digno e eficaz às pessoas que mais precisam, promovendo saúde mental com respeito e cuidado”, destaca Fernanda Falcomer.
Com informações da Agência Brasília
