Feminicídio Zero: mobilização nacional no carnaval para combater a violência contra a mulher

Por Repórter Capital

A mobilização nacional “Feminicídio Zero” estará presente durante o Carnaval 2025, levando uma importante mensagem de combate à violência contra a mulher. A ação será realizada no Sambódromo da Sapucaí e é uma iniciativa do Ministério das Mulheres, conforme detalhado pela ministra Cida Gonçalves durante o programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov da Empresa Brasil de Comunicação nesta quinta-feira (27/2).

O principal objetivo da campanha é sensibilizar homens e mulheres, especialmente aqueles que não estão no debate diário sobre violência de gênero. A ministra Cida Gonçalves destacou a necessidade de romper com comportamentos normalizados de agressão, explicando: “Nós estamos ali para dizer que não, não é normal. Não é não. Se a mulher não quer, você não pode”, enfatizando o compromisso da mobilização em educar sobre respeito e consentimento.

Ações no Carnaval e no Sambódromo

A mobilização ocorrerá no Sambódromo da Sapucaí durante os dias de Carnaval e ensaios técnicos, com previsão de alcançar mais de 5 milhões de espectadores. A campanha estará visível em diversos espaços, com painéis, faixas carregadas por mulheres, adesivos nas portas de banheiros e a distribuição de materiais gráficos com a mensagem central de que “Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”. Um dos destaques da ação será reforçar que o Carnaval deve ser um momento de celebração livre de assédio, e também sensibilizar os homens para o papel que têm no enfrentamento da violência contra as mulheres.

Além disso, a campanha inclui a divulgação da Central de Atendimento à Mulher, Ligue 180, disponível também pelo WhatsApp (61) 9610-0180, como um canal vital de apoio às vítimas.

Feminicídio Zero: Uma Mobilização Permanente

O “Feminicídio Zero” é uma campanha nacional permanente do Ministério das Mulheres, iniciada em agosto de 2024. A mobilização envolve várias frentes, incluindo a comunicação popular e a implementação de políticas públicas, além de engajamento de influenciadores para atingir uma ampla audiência. Em seu discurso, a ministra Cida Gonçalves explicou que a campanha é um processo contínuo, com ações já realizadas em estádios de futebol e comunidades, e que continuará nos próximos meses, com destaque para as festas juninas no Nordeste.

“A nossa ida desde novembro nas comunidades, nas quadras das comunidades, nos ensaios, é exatamente para estabelecer a relação com a comunidade, para que possamos ter um processo de continuidade efetiva na mobilização”, afirmou Gonçalves, ressaltando que a campanha irá alcançar diversos eventos populares ao longo do ano, sempre reforçando os direitos das mulheres de viver sem violência e com autonomia.

Expansão das Casas da Mulher Brasileira

Além das ações de conscientização, a ministra também falou sobre o fortalecimento e a expansão das Casas da Mulher Brasileira, uma das principais ferramentas de proteção a mulheres vítimas de violência. Estas casas oferecem atendimento integral e humanizado, incluindo serviços especializados para diversas formas de violência, apoio psicossocial, promoção de autonomia econômica, e até mesmo cuidados para crianças. As unidades também abrigam delegacias, juizados, Ministério Público e Defensoria Pública.

Atualmente, o país conta com 10 Casas em funcionamento, e outras 37 estão em processo de licitação ou construção. Cida Gonçalves destacou que o governo federal investiu mais de R$ 389 milhões em 2024 em ações de enfrentamento à violência contra a mulher, com grande parte desse valor destinado à expansão das Casas da Mulher Brasileira.

A Importância das Medidas Protetivas

A ministra também abordou a importância das medidas protetivas, que têm sido fundamentais para garantir a segurança das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Segundo ela, atualmente existem mais de 400 mil medidas protetivas em vigor no Brasil, um dado que evidencia a necessidade de continuar fortalecendo o sistema de proteção. “A medida protetiva salva, ir na delegacia salva, fazer a denúncia salva. As mulheres que estão morrendo, a grande maioria são aquelas que nunca fizeram uma denúncia”, afirmou Cida, encorajando as vítimas a buscarem apoio.

A mobilização “Feminicídio Zero” tem como objetivo transformar a percepção da sociedade em relação à violência contra a mulher, criando espaços de diálogo e intervenção em momentos de grande visibilidade, como o Carnaval. Com o apoio das Casas da Mulher Brasileira e a disseminação de informações sobre canais de denúncia, o Ministério das Mulheres reforça a importância de uma ação coletiva e contínua para garantir a segurança e os direitos das mulheres em todo o Brasil.

Imagem: Layo Stambassi/MCom

CONTINUE LENDO

- PUBLICIDADE -

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

- PUBLICIDADE -