Por Repórter Capital
No dia 24 de fevereiro de 1932, o Brasil dava um passo fundamental para a democracia e para os direitos das mulheres ao reconhecer o voto feminino. Há 93 anos, essa conquista representou uma importante vitória na luta pela igualdade de gênero e pelo fortalecimento da cidadania feminina no país.
A exclusão das mulheres da política foi uma realidade em diversas partes do mundo por séculos. No Brasil, as primeiras iniciativas para garantir o direito ao voto feminino começaram no final do século XIX, impulsionadas pelo movimento feminista que ganhava força globalmente.
Uma das principais precursoras desse movimento foi a potiguar Celina Guimarães Viana, que, em 1927, tornou-se a primeira mulher a votar no Brasil. Na época, o estado do Rio Grande do Norte foi pioneiro ao interpretar a legislação de forma a permitir a participação feminina nas eleições. No entanto, essa iniciativa encontrou resistência e foi revogada pelo governo federal.
A grande conquista veio em 1932, quando Getúlio Vargas promulgou o novo Código Eleitoral, que oficializou o direito ao voto das mulheres. Inicialmente, apenas as mulheres com renda própria podiam votar, mas, em 1934, essa restrição foi retirada, garantindo a todas o direito pleno ao sufrágio.
A conquista do voto feminino não foi apenas um avanço político, mas também social e cultural. Ele permitiu que as mulheres tivessem voz ativa na escolha dos governantes e na formulação das políticas públicas que impactam suas vidas.
Desde então, a participação das mulheres na política brasileira tem aumentado gradualmente. Nomes como Bertha Lutz, Carlota Pereira de Queirós (primeira mulher eleita deputada federal, em 1934) e, mais recentemente, figuras como Dilma Rousseff (primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil) demonstram a evolução dessa luta.
Apesar das conquistas, ainda há desafios. A sub-representação feminina nos cargos políticos e as barreiras estruturais continuam sendo obstáculos para uma democracia verdadeiramente igualitária. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo com a política de cotas para mulheres nas candidaturas, a presença feminina nos parlamentos ainda está longe de refletir a maioria da população.
Os 93 anos do voto feminino no Brasil representam uma importante lembrança de que a luta pela igualdade de gênero ainda precisa avançar. O sufrágio feminino foi um marco na história democrática do país, e sua valorização deve ser constante, para que mais mulheres ocupem espaços de poder e decisão.
Garantir maior representatividade feminina na política não é apenas uma questão de justiça, mas de fortalecimento da democracia e do desenvolvimento de políticas públicas mais inclusivas. O voto feminino foi conquistado com esforço e dedicação, e cabe a todos nós honrar essa conquista incentivando a participação política das mulheres em todas as esferas da sociedade.
Imagem: Arquivo Nacional